A etapa contou com pilotos conhecidos internacionalmente e o Brasil venceu a competição
Ponta Grossa foi sede da sétima e última etapa do Campeonato Brasileiro de Motocross, realizado pela Confederação Brasileira de Motociclismo (CBM). Nesta fase do campeonato, decidiu-se os campeões nas categorias MX1, MX2, MX3, MX4, MXF, MX2JR, YZ125, 65cc e 50cc. Ao todo, o evento, realizado recentemente na cidade, contou com mais de 400 pilotos de todas as idades possíveis por modalidades. É a primeira vez que Ponta Grossa recebe um evento de motocross. A pista com 1.530 metros foi construída no Centro Agropecuário, atrás do Centro de Eventos, bairro Contorno. O público compareceu em peso ao evento.
A Final do Campeonato Brasileiro de Motocross atraiu turistas do Chile, Uruguai, Argentina e outros países sul-americanos. Brasileiros da região e de outros estados também se fizeram presentes. Renata Martins, professora e moradora de Palmas, Tocantins viajou até o Paraná por amor ao motocross. “Eu comecei a acompanhar as etapas este ano. Em maio, quando teve corrida na minha cidade, minha família toda foi e meu marido garantiu que iríamos estar presentes pelo menos na final do campeonato também. E aqui estamos.” Apesar de animada com as provas, Renata não garante que volte outras vezes à cidade. “É muito longe, né? Fizemos esse esforço porque era a final e seria a nossa primeira vez no Paraná. Planejamos e deu tudo certo! Talvez na próxima eu assista pela televisão mesmo.”. Renata veio para Ponta Grossa para prestigiar o evento com seu marido e o filho de oito anos.
Gustavo Jacob, presidente da CBM, explica o porquê de Ponta Grossa ter sido escolhida para sediar a final do motocross. “Nossos representantes da cidade estiveram presentes em outras etapas do campeonato. Consideramos o espaço para a pista ser construída e não pensamos duas vezes em construí-la em Ponta Grossa, região onde não tínhamos, até agora, pistas para competições.” Ele disse ainda que existe a possibilidade de trazer outras etapas do campeonato em outras temporadas aqui para os Campos Gerais.
Cale Neto, 14 vezes campeão brasileiro de motocross, é chefe de equipe e faz parte do staff do evento, Neto reforça que tentaram entregar o melhor do motocross para a cidade. “As pistas que construímos aqui em Ponta Grossa seguem rígidamente os padrões internacionais. Ela é uma das melhores do Brasil com certeza!”. Neto confirma o potencial da pista para receber campeonatos estaduais também e sonha com algo até mundial. “Fiquei impressionado com o tanto de gente que pratica esse esporte na cidade, não esperava tantos amantes do motocross ou de qualquer modalidade com motociclismo”, conclui.
Principais resultados do campeonato
A 7º etapa do Campeonato Brasileiro de Motocross, realizada em Ponta Grossa, foi a final de tudo, com os vencedores das corridas e competidores que somaram pontos para se tornar os campeões da temporada 2024. As principais categorias se fizeram presentes no evento: MX1 e o MX2. A categoria MX1 reúne os principais pilotos da modalidade. Suas motos são pesadas e possuem mais potência que as motos das outras categorias. Portanto, trazem também mais perigo aos pilotos. A idade para competir nessa modalidade é livre. MX2 é a categoria das idades de 14 a 23 anos. É considerada a categoria de acesso para a MX1. Aqueles que atingirem a idade limite da categoria e não conseguirem pontuação suficiente para subir à principal, caem para o MX3, que não é necessariamente a divisão destinada aos “piores pilotos”. Isso normalmente acontece em esportes como no futebol.
Henrique Henicka, 19 anos, é piloto Pro Tork KTM, da categoria MX2, e não pôde terminar o campeonato por conta de uma lesão no metatarso do pé esquerdo. “É, acabei quebrando essa região de meu pé e não posso correr a final que tanto queria. Se corresse, eu teria chance de, pelo menos, pódio. Fico chateado em pensar nessa possibilidade. Mas agora é recuperar e treinar para o campeonato do ano que vem, para que eu possa voltar a Ponta Grossa e, finalmente, correr nesta pista.”
Vitor Borba, 17 anos, foi campeão das categorias MX2 e MX2JR. É piloto da Honda Racing. Borba disputou o título com seu companheiro de equipe, Bernardo Tibúrcio, que garantiu a segunda posição na classificação geral do campeonato. Borba conta o sentimento de brigar pelo título com um competidor da mesma equipe. “Independente do resultado, eu estou feliz pelo nosso grupo! Não preciso de muito para ser campeão, portanto vou com o regulamento embaixo do braço e torcendo para sair com o título!”. Borba chegou em 2º na primeira bateria e Tiburcio em 1º, precisando desempatar na última bateria, etapa em que Borba chegou em 3º e garantiu o primeiro lugar da classificação geral.
Na categoria MX1, Fábio Santos, piloto da Yamaha Racing, foi o grande campeão superando o francês Stephen Rubini. A prova foi parecida com a dos meninos do MX2. Santos estava oito pontos à frente de seu principal adversário, Rubini. Chegou em 3º na primeira bateria, mas com a primeira posição garantida de Rubini, a decisão ficou para a última corrida, a Elite MX. Elite MX é a corrida que mistura a MX1 e a MX2, decidindo assim o campeonato nas duas modalidades. Rubini não pegou pódio na última bateria e Fábio Santos chegou em 4º na última corrida, garantindo o bicampeonato com a taça do Campeonato Brasileiro de Motocross 2024.
A organização do evento já confirmou que Ponta Grossa será sede novamente do Campeonato Brasileiro de Motocross, em 2025. A competição será no dia 14 de setembro do próximo ano, correspondendo a 7º etapa do campeonato.
Edição e supervisão: Carlos Alberto de Souza
Publicação: João Bobato
Fotos: Lucas Veloso
