Uma vida dedicada a educar e formar jovens
Aos 71 anos, ele continua firme na missão de ensinar e preparar jovens para enfrentar as batalhas do mundo. Foram 23 anos dedicados a cursinhos pré-vestibulares em quatro instituições de ensino de Ponta Grossa. E, na UEPG, são 32 anos na docência superior, atuando no Departamento de Estudos da Linguagem, antigo Departamento de Letras. Antes disso, de 75 a 1979, deu aula pelo Estado, no Colégio Estadual Senador Correa. Esse é o professor Paulo Rogério de Almeida, um amigo que me acompanha no Foca Foto, Projeto de Extensão da Universidade, desde 2010. Ponta-grossense por uma vida inteira, nasceu em Canoinhas, Norte de Santa Catarina, quando seu pai foi para aquela cidade trabalhar como gerente na Rádio Canoinhas AM. Mas na cidade ficou apenas seis meses porque o pai passou em um concurso no Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Comerciários (IAPC) e retornou a Ponta Grossa. Daqui, Paulo nunca mais arredou o pé. A infância, a adolescência e a juventude foram marcadas por muito estudo. Fez o Primário no Instituto de Educação César P. Martinez, atual Centro de Cultura, Rua Doutor Collares. O Ginásio cursou no Colégio Estadual Regente Feijó, localizado à Praça Barão do Rio Branco. O Colegial também foi no Regente.
A sua missão na vida foi trabalhar na formação de adolescente e jovens. Uma parte de sua história foi em cursinhos pré-vestibulares. Atuou no Solução de 80 a 82 e no Sepam de 84 a 90. Depois foi convidado a ingressar no Master. Lá ficou até 1995. De 96 a 2003, contribuiu com o cursinho do Colégio Marista Pio XII. A iniciativa foi de um grupo de educadores que criou a empresa Sociedade Educacional Newton Ltda. O cursinho oferecido pela empresa no Marista era um tanto inovador. Tinha o programa de tevê Cara Nova e ônibus para trazer os alunos do terminal central. Tinha até um Talk show que convidava para o debate professores renomados em suas áreas. Os aulões de véspera eram uma verdadeira produção “cinematográfica”, com apresentação de shows e a teatralização dos conteúdos. Os professores se vestiam de Fred Flintstone, Barney Rubble, James Bond, Pinóquio e até o assistente de Drácula, Renfield. Tudo para que o aluno aprendesse de maneira simples fórmulas difíceis da física, da matemática e gravassem na cabeça conteúdos e dicas dos professores em todas as áreas em que seriam testados. É daí que vem o apelido Pipoca, por seu dinamismo e aventuras didáticas. “Só não me atirava na plateia”, mas de resto a gente fazia de tudo, só para animar o alunado. Esse era o ritmo dos aulões movimentados do Marista. Ele e outros professores se desdobravam para ‘enfiar‘ na cabeça dos estudantes o conteúdo que poderia cair no vestibular..
Com a serenidade e o bom humor que lhe é peculiar, vai levando a vida entre a casa e a universidade. É uma figura que ilumina e alegra as salas de aula e os corredores do Campus Central da UEPG. E orgulha-se das contribuições que deu à área educacional de Ponta Grossa e do Paraná. “Muita gente que passou por mim, nos cursinhos, hoje é jornalista, médico, engenheiro, professor, químico”. É bom encontrar esse pessoal pela cidade. “Eles sempre se lembram das nossas aulas”.
Um trabalho de que ele se orgulha foi ser um dos três coordenadores das atividades de trabalho em grupo do Seminário de Educação Avançada, que funcionou por quatro anos e meio, criado pelo Governador Jaime Lerner, e que tinha por finalidade abrir novas perspectivas para os professores estaduais. Participavam semanalmente dos seminários, em Faxinal do Céu, Município de Pinhão, 960 profissionais de várias partes do Estado. A proposta era apresentar novas perspectivas educacionais, utilizando-se de recursos teatrais, musicais e outras estratégias didáticas. Para ajudar, figuras consagradas do mundo artístico (Paulo Autran, Nathália Timberg, Fernanda Montenegro) participaram dessa experiência educacional. Tinha de tudo nesses seminários: filosofia, ioga, orquestras, dança e até caminhada.
Outro trabalho que ele guarda no peito e tem saudade foi o Projeto de Extensão “Ajudando o Adolescente Aprendiz a se Comunicar Melhor” (Projeto Adolescente Aprendiz, Prefeitura, Jardim Carvalho), que ajudou alunos a se prepararem para a docência. Mais de 200 alunos de Letras colocaram suas estratégias didáticas e conhecimentos em prática. Para o Paulo, esse projeto foi de grande importância para vários profissionais que hoje atuam com a educação. Essa tem sido a missão do Paulo. Ele não se arrepende nenhum pouco de ter encarado o desafio de ensinar e ter trabalhado pelo bem da educação paranaense.
Texto e fotos: Carlos Alberto de Souza