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Quando a família é o Calçadão

A escritora Lise Weed disse certa vez que “Ser uma família significa que você faz parte de algo muito maravilhoso. Significa que você amará e será amado pelo resto de sua vida.”. Certamente, ela não estava equivocada e a configuração familiar de Ana Júlia Gonçalves não se limita aos laços sanguíneos, mas entre as pessoas que fazem parte do seu convívio em um dos pontos mais visíveis de Ponta Grossa: o Calçadão. 

Foi entre as pedras de petit-pavet do Calçadão, no centro da cidade, que a vendedora de chip de operadoras de telefonia móvel começou a constituir uma outra família a partir da amizade com outras pessoas. Com apenas 18 anos, ela atua no comércio há algum tempo e há apenas três meses se mistura a tantos outros profissionais e transeuntes do local. A sua maior inspiração é sua mãe, uma mulher de Curitiba que veio para Ponta Grossa em busca de novas oportunidades e ganhou troféus como melhor vendedora da cidade por três anos seguidos.

As relações entre os comerciantes do local chega a ser mais do que apenas amizade e são costuradas histórias e vivências.  “Eu adoro ficar aqui, para mim é melhor do que ficar em casa. Aqui é o lugar onde eu posso encontrar todos aqueles que fazem com que eu me sinta bem”. 

A vendedora relata que o calçadão é como uma segunda casa para si. E se aquele espaço é uma casa, não faltam pessoas para povoá-la e Ana conta que se sente feliz por fazer parte do grande fluxo e diversidade de pessoas que passam todos os dias sobre aquelas pedras. “Todos que trabalham no calçadão, desde as pessoas mais antigas até as mais recentes, serão sempre muito bem acolhidos aqui, nós sempre nos ajudamos, como uma grande familia”, completa Ana.

Aberta às oportunidades que a vida lhe dará, Ana Júlia sabe que o futuro brilhante não tem limites. “Eu não nasci pra ser raiz, eu quero brilhar muito. Caso algum dia surja uma proposta de mudar de cidade para expandir meus conhecimentos sobre vendas e profissionalização, eu vou; mas com a pretensão de voltar para Ponta Grossa”, sinaliza para o futuro.

 

Texto e fotos: Gabriela Denkwiski e Rafaela Conrado.

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