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Toca gaita, seu Jorge! 

Quem passa pela rua Carlos Cavalcanti, uma das principais vias de Uvaranas, com certeza já viu um senhorzinho simpático, de bigode estreito que leva sobre a cabeça um chapéu e, na mão, uma bengala. Ele é Jorge Scudlarek, que nem longe, tampouco de perto, aparenta ter 85 anos. Seu Jorge nasceu em 06 de agosto de 1938, na Fazenda Pitangui, redondezas da Capela Santa Bárbara, em Itaiacoca, um dos distritos do município e é o quinto filho, de seis irmãos, do casal Carmelina e Pedro Scudlarek. 

Aos 20 anos de idade, ele trocou a vida rural e escolheu o bairro de Uvaranas como novo endereço e, de lá, não saiu mais. A vinda ao espaço urbano marcou a vida deles em alguns momentos. Nos primeiros anos, trabalhou em uma fábrica de rações e foi o braço direito dos proprietários do moinho. Uma das maiores conquistas de Jorge foi a compra dos dois veículos modelo Ford Fordson dos seus patrões, duas máquinas que esbanjam potência e eficiência nos trabalhos no campo. “Eu paguei 100 conto, em prestações, mas foi com o meu dinheirinho e isso marcou a minha vida. Eu guardo até hoje as fotos deles aqui.”, relembra a conquista.  

Com maior estabilidade, foi tempo de constituir família com Rosemari Borsato. “Outra coisa que me marcou também foi ter encontrado a Rose e casar com ela.”, declara Scudlarek. O amor do casal está presente nas ações do cotidiano e nas fotos estampadas nos porta-retratos da casa, são quase 60 anos de união. As relações familiares sempre foram fundamentais na vida de seu Jorge. Ele fala com carinho sobre a amizade que viveu com o pai. “Se eu pudesse dar um conselho aos jovens, eu falaria para ouvirem os pais e respeitarem o que os mais velhos falam para os mais novos”, aconselha. 

A popularidade de seu Jorge foi alcançada principalmente pela música e pela barbearia que manteve. O som da gaita também integra sua coleção de paixões. Aos 39 anos de idade, ele formou o grupo Crioulos da Querência que trazia no repertório músicas gaúchas para embalar os bailes de Ponta Grossa, região dos Campos Gerais, até mesmo de cidades em Santa Catarina e São Paulo. A paixão pelos acordes musicais era tanta que Jorge chegou a colecionar sete instrumentos, incluindo acordeão. No centro da sala de casa, está exposta uma das suas relíquias, uma de suas gaitas que o acompanhava pelos bailes da vida. Com o tempo, a entoada musical ganhou mais dois integrantes, Clayton e Carlos, filhos do seu Jorge e dona Rose, que comandam os ritmos da bateria. 

A gaita divide o espaço de exposição com outro objeto, talvez um troféu: uma caneca personalizada com o escudo do Operário Ferroviário Esporte Clube, time centenário do município. “Eu torço pelo Operário desde os meus 20 anos. Eu ia assistir de kombi o OFEC em Londrina, Castro, Irati, União da Vitória, Paranaguá e Curitiba. Espero que ano que vem a gente volte a jogar na série B.”. E, se depender de seu Jorge, a maré baixa do time vai passar. Ele não perde um jogo que passa na televisão e se mostra otimista quando fala do time do coração. 

A dedicação à Ponta Grossa ofereceu a ele uma lista de conhecidos e a honraria de Cidadão Benemérito de Ponta Grossa em 2013. Seu Jorge é a prova de que a história também é construída no dia a dia por pessoas que sempre têm alguma história a contar.

 

Fotos: Laura Urbano

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