História e arte de rua
No calçadão, centro de Ponta Grossa, todos os dias, desde 1999, Cleber Moura vende sua arte. Seu rosto é conhecido por comerciantes e transeuntes que passam pelo local. Cleber tem 43 anos de idade, é pai de dois filhos e vive do seu artesanato há cerca de 30 anos. Apesar de não ser natural da cidade, se identificou com Ponta Grossa e não tem planos de ir embora tão cedo.
Ao chegar no calçadão, logo pela manhã, ele passa o dia inteiro na banca vendendo colares, pulseiras e brincos e o que for preciso para beleza, tudo feito artesanalmente. Nascido em Cianorte, noroeste do Paraná, passou por muitas cidades e diferentes estados do Brasil. Ele tem passagens por Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia e São Paulo, uma parada antes de se fixar em Ponta Grossa como artesão de rua. Cleber conta que a melhor parte do seu trabalho é a autogestão e a liberdade de ir e vir, apesar de em certos momentos. “É difícil a sobrevivência”, sentencia. Nas palavras do artesão, é recompensador dar prioridade à própria existência. Em relação à valorização da arte que sai das suas mãos, ele afirma que há os que contemplam e outros que desmerecem, uma condição marcante para quem escolhe a rua como para o exercício artístico.
A comemoração dos 200 anos de Ponta Grossa faz parte das reflexões do artesão. Se por um lado ele acredita que as celebrações são bem-vindas e merecidas, por outro lado, é importante acreditar na evolução e desenvolvimento das pessoas sem perder de vista a história e acontecimentos que ocorreram no passado. Cleber é mais um dos anônimos que erguem histórias e vivências que não podem ser esquecidas.
Fotos: Matheus de Lara