A história na ponta dos pés
No centro de Ponta Grossa se encontra uma escola de dança. Ao passar pela entrada, há diversas fotografias dos espetáculos promovidos, que guiam quem sobe a escadaria do lugar. Sob a batuta, ou melhor, pelas sapatilhas de Olinka Dallabona Brustolim, diretora e professora de ballet clássico, que há 23 anos fez do sonho algo concreto. Olinka recebe os alunos da academia e os visitantes interessados no mundo da dança com um sorriso de orelha a orelha e uma alegria contagiante.
“Minha vida sempre foi a dança!” Com cinco anos de idade, Olinka insistiu para que sua mãe a deixasse fazer aulas de ballet. Depois de dobrar a mãe, a pequena Olinka descobriu o dom latente e a forte paixão pelo mundo das sapatilhas, collants e tutus. A professora concluiu sua formação no ballet clássico aos 18 anos, mas já ministrava aulas mesmo antes de finalizar a formação.
Com os cabelos cacheados presos em um rabo de cavalo perfeito e uma camiseta estampada com a logo da academia, Olinka adentra a sala principal da escola e cumprimenta seus alunos com animação; é o sinal de que a aula está prestes a começar. Ela diz que nunca se viu fazendo outra coisa na vida, e é nítido o quanto Olinka, ou tia Oli, como chamam seus alunos, é apaixonada pelo que faz e busca novos métodos de ensino e técnicas para trazer para os bailarinos, além de inscrevê-los e levá-los para cursos e competições nacionais e internacionais.
Olinka diz que qualquer pessoa pode praticar a dança, sem restrições de idade, biotipo ou sexo. O ballet é para homens, mulheres e crianças. E para além do corpo, a dança movimenta a alma e mente. “A dança faz muito bem para o corpo e, principalmente, para a mente! Ao dançar, a bailarina consegue colocar para fora o que ela não consegue dizer com palavras.”, afirma emocionada.
Olinka conta que decidiu se afastar dos palcos há alguns anos, mas está sempre presente nos bastidores, na montagem das coreografias, nos acertos dos detalhes essenciais para os espetáculos e nas mostras de dança promovidas pela academia “Acho que agora é hora de dar oportunidade para as alunas, já tive meu momento, agora é o momento delas. A oportunidade delas e a minha é na parte de ensino”, relata.
Mesmo aposentando as sapatilhas em alguns momentos, a dança é uma condição da vida dela. “Eu dou aula por prazer, é minha vida não me vejo fazendo outra coisa.” É na ponta dos pés entre sapatilhas e movimentos leves e precisos que Olinka também marca a história de Ponta Grossa.
Fotos: Ana Beatriz de Paiva