Estudantes do primeiro ano de Jornalismo, da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), constataram por meio de cobertura jornalística, pelo Foca Foto, o grande número de terrenos baldios abandonados na cidade durante a saída de campo. A atividade aconteceu no mês passado e envolveu entrevistas com moradores de Ponta Grossa e representante da Prefeitura Municipal. A constatação feita pelos graduandos é que os terrenos abandonados servem de depósito de lixo, entulhos e estão tomados pelo mato, causando sérios problemas à saúde pública. André Luis Pitela, Secretário de Meio Ambiente do Município, explica que só em 2023, 158 terrenos foram multados. Dentre as reclamações da população, estão o acúmulo irregular de lixo nos terrenos e esconderijo para pessoas.
DEPOIMENTOS
Segundo Maria Lúcia Santos, um terreno na Rua Xavier da Silva, na área central da cidade, está abandonado há mais de 14 anos. ‘’Já tive problemas com pessoas usando coisas ilícitas e até mesmo tentativas de invasão. O dono raramente limpa o terreno’’, comenta a moradora. Além de Maria Lúcia, a trabalhadora autônoma Nilda Brenner também reclama. Ela relata que a Rua Coronel Dulcídio já foi palco de assaltos por conta dos terrenos abandonados.
Edson Jacobs, mecânico, comenta que possui residência em Ponta Grossa desde 1975 e afirma que alguns terrenos estão abandonados desde então. O morador da região central Guido Basso reforça que o acúmulo irregular de lixo causa procriação de animais. O morador relata que sofre com o alto número de escorpiões dentro de casa. ‘’O lixo é o que mais me estressa. Por mais que esteja sempre limpando, as pessoas insistem em jogar lixo’’, observa. A aposentada Laura Janish também lamenta a situação dos terrenos abandonados na cidade, mas afirma que nunca protocolou processo na ouvidoria da Prefeitura.
DENÚNCIAS
Para denunciar um terreno irregular ou em situação de abandono, basta ligar no canal 156. De acordo com o secretário André Pitela, a multa varia conforme o tamanho do lote e pode chegar até 400 mil reais. Com isso, o proprietário notificado deve efetuar o pagamento da penalidade para que não sofra outras consequências. Quem não paga a multa entra em dívida ativa e fica com certidão negativa nos documentos até que confirme o pagamento do débito.
VEJA OUTRAS RECLAMAÇÕES DA POPULAÇÃO PONTAGROSSENSE:
Luciane Santos - Rua Dr. Penteado de Almeida
‘’Pessoas jogam lixo e com isso causa mau odor no local e cria animais peçonhentos’’, relata.
Terezinha Marcondes - Rua Alberto Nepomuceno
A moradora afirma que não há vizinhança além dela e que sente medo por conta da quantidade de entulho e mato bem ao lado de sua casa.
Allysson Alejandro - Rua Júlia de Castilho
O jovem afirma que desde sua chegada ao bairro, encontra animais vindos do esgoto que cerca o terreno.
Rose Trapel - pedestre da Rua Benjamin Constant
‘’Muitas vezes de tanto mato, ladrões se escondem nesses lugares e acabam assaltando muitos pedestres”, comenta.
Joel Corleone - Rua Coronel Dulcídio e a Rua Goiás
‘’O terreno possui bastante mato, resquícios de demolição e lixo jogado em si’’, afirma.
Maria Helena Dogal - Rua Professora Izaura Torrêz Cruz
‘’Estes lotes estão aí abandonados a mais de 70 anos, seus donos não vendem de forma alguma'’, comenta.
Caroline Almeida – moradora do centro
A moradora relata que os maiores problemas que os terrenos baldios trazem são os assaltos frequentes, inundação na residência, muito lixo, além da grande quantidade de água parada, que pode resultar numa criação de mosquitos da dengue.
Gilberto Chagas – morador do Jardim Carvalho
‘’Os terrenos baldios são um grande problema por causa do lixo. Há muito depósito de lixo’’, afirma.
Vera Lúcia - Rua Dr. Francisco Burzio
Segundo ela, os próprios moradores sujam o ambiente abandonando coisas e fazendo com que animais peçonhentos habitem o local.
Valdelane Andrade Cordovil – morador do centro
O novo morador da cidade ressalta o descuido com os terrenos baldios, e isso provoca a desvalorização dos imóveis. Além disso, também expõem a dificuldade de encontrar os donos desses terrenos para a compra.
Claudete Moreira - Rua Pref.Basílio Ribas
Claudete diz se incomodar muito com um terreno abandonado perto da casa dela, pois sente que isso mancha a imagem do lugar.
Rodrigo – sem identificação de local
"Meus funcionários têm medo de sair, pois aqui ficam pessoas escondidas no meio dos escombros, além da criação de bichos peçonhentos’’, relata.
Joel Pinheiro – morador do Recanto Brasil
Sobre o entulho que resta das obras, Joel afirma: ‘’A prefeitura nunca apareceu lá para ajudar a gente, quem aparece lá é o CREA para fiscalizar as obras’’.
Araci Martin Fosque - Rua Barão do Cerro Azul
"O pessoal não se toca de que precisam arrumar pensando nas pessoas, que poderiam passar, cair e se machucar, além dos cheiros e da sujeira serem um grande incômodo"
Entrevistas e Fotos: Amanda Grzebielucka (01 e 02), Daniel Klemba (03 e 04), Gabriela Denkwiski (05 e 06), Giovana Guarneri (07 e 08), João Vitor Bobato (09 e 10), João Ricardo Fogaça (11 e 12), Larissa Caroline Viero (13 e 14), Matheus de Lara (15 e 16), Pedro Moro (17 e 18) e Rafaela Conrado (19 e 20)