O projeto fotográfico Novos Olhares, promovido pelo fotojornalista Maykon Lammerhirt, em conjunto com a Fundação ABC, via PROMIFIC, possui o propósito de promover a cultura para crianças e adolescentes da comunidade Vila Nova. Maykon afirma que, quando era criança, morava em uma vila periférica de Ponta Grossa. “Eu não tinha a pretensão de fazer faculdade, assim como qualquer pessoa que mora na periferia”, completa Lammerhirt. A iniciativa busca unir a literatura com a fotografia. As oficinas de literatura são ministradas pelo bacharel em geografia Fabrício Havrechaki e visam mostrar e aflorar a literatura “marginal”, composta por rimas e poesias.
Maykon aponta que as oficinas tinham por objetivo ensinar às crianças as técnicas profissionais de foto, envolvendo enquadramento e luz, sendo possível realizar uma exposição com imagens feitas com o celular. As saídas de campo eram realizadas dentro da vila, retratando as mazelas do ambiente a partir do olhar dos moradores, sobretudo crianças e adolescentes. O fotojornalista contou a motivação para realizar o projeto: “O ‘grande’ já está na mídia. São as coisas pequenas que devem ser retratadas e possuir maior destaque”, argumenta.
O projeto conta com o auxílio da assistente social Maria Czekalski, que há muitos anos colabora socialmente na Vila Nova. Maria foi uma das precursoras da idealização do projeto. A equipe não teve problemas para iniciar suas atividades, pois houve uma ótima recepção por parte da comunidade. Maykon conta como os jovens ficaram curiosos com a fotografia e, com o passar do tempo, o número de adeptos aumentou.
A exposição conta com um portfólio de 18 fotos e está sendo realizada no Cine Teatro Ópera entre os dias 4 e 24 de julho. Ao término da exposição, as fotos serão encaminhadas para a UEPG Campus Central, com o propósito de chegar aos alunos. Além da exposição, o e-book Vila Nova: novos olhares expõe as fotografias e os textos produzidos nas oficinas.
Maykon, graduado em jornalismo pela UEPG, afirma que a universidade lhe proporcionou grandes oportunidades e que, agora, sua obrigação é devolver à comunidade aquilo que a universidade lhe concedeu. “A obrigação do jornalista é transformar: se você gritar para o mundo, o mundo vai te ouvir”, conclui Lammerhirt.
Fotos: Gabriela Denkwiski e Rafaela Conrado