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"Educação não é mercadoria", gritavam os manifestantes

 

Estudantes e entidades de Ponta Grossa e região se reunirão na tarde de hoje (13) no Ponto Azul, área central da cidade, para cobrar a revogação do novo ensino médio em todo o país. No ato, que contou com a participação de entidades como União Paranaense dos Estudantes (UPE) APP-Sindicato e SINDUEPG, foram empunhados cartazes e falas de ordem, cobrando ações por parte dos governantes.

A presidente da União Paranaense dos Estudantes, Larissa Souza, foi uma das figuras que marcou presença na manifestação e usou o microfone para defender a revogação da medida. “Que as pautas da educação sejam centrais. Estão tentando podar o senso crítico dos alunos”, observou a presidente ao criticar a política do governo do estado que, segundo ela, considera a educação uma mercadoria.

O presidente do núcleo sindical da APP-Sindicato de Ponta Grossa, Tércio Alves do Nascimento, afirmou que o sindicato não concorda com as medidas impostas pelo governo federal. “Eles querem ensinar o pobre a economizar quando não tem nem dinheiro para comprar comida”, afirmou Tércio, que ainda defendeu que aulas como filosofia, artes e sociologia devem ser obrigatórias no currículo dos alunos.

A proposta vem sendo criticada por entidades que representam os estudantes, já que não houve uma discussão ampla sobre os impactos da implantação de um “novo ensino médio”. Aprovado em 2017 e implantado apenas em 2022, o Projeto de Lei nº 13.415/2017 alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, fazendo com que os estudantes fiquem 200 horas a mais dentro das escolas.

Para a psicóloga Andressa Oliveira, a nova carga horária do ensino médio é um problema sério pois tem um erro de entendimento. Ela explica que estar mais tempo na escola não significa aprender mais. “O aluno pode ter uma perda de energia muito rápida. Em determinado tempo não vai funcionar mais”, detalhou a psicóloga. Para ela, a ansiedade pode ser um dos graves problemas gerado pelo novo modelo.

Já para a pedagoga Elaine Gardinal Denck, a reforma do novo ensino médio é interessante, mas ainda existem mais dúvidas que soluções. “Nós ficamos sabendo de alguma coisa, sobre uma primeira proposta, mas ainda não temos informações se isso vai se efetivar”, contou ela ao explicar que a própria escola ainda tem dúvidas sobre as mudanças.

Professores da UPEG se uniram a manifestação

Ainda hoje (15), os professores da Universidade Estadual de Ponta Grossa realizaram paralisação cobrando a reposição inflacionária de 42% nos salários, que estão defasados, segundo o SINDUEPG. Para marcar o protesto, o sindicato agendou e realizou diversos eventos dentro da universidade; painéis, apresentação de filme e participação na manifestação contra o novo ensino médio.

O novo ensino médio

Aprovado em 2017 e implantado apenas em 2022, o Projeto de Lei nº 13.415/2017 alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e estabeleceu uma mudança na estrutura do ensino médio. Entre as principais mudança está a carga horária dos estudantes, que passou de um tempo mínimo de 800 horas para 1.000 horas na escola.

Segundo informações do Governo Federal, a mudança veio para aproximar o estudante do mercado de trabalho. Para que isso seja possível, os estudantes deixam de ter acesso a matérias como filosofia, artes e sociologia. No lugar delas serão incluídos itinerários formativos - com matérias como educação financeira e projeto de vida.

Fotos: Heryvelton Martins

 

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