Professores e servidores do estado do Paraná se reuniram em Curitiba, na manhã do dia 29, em passeata que teve início na Praça Santos Andrade e seguiu até o Palácio Iguaçu, para relembrar o massacre de quatro anos atrás. Os manifestantes gritavam contra o congelamento de salário e a reforma da previdência. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Paraná (Sindicatos), 10 mil professores participaram da
manifestação, já a Polícia Militar contabilizou 7 mil manifestantes.
A manifestação se deu por conta do congelamento de salários. Segundo o vice-presidente do Sindicato Docente e Técnicos (SINTESPO), Roberto Rodrigues da Silva, há defasagem em relação à inflação desde janeiro de 2016, o que na prática, servidores e professores
ficam sem receber dois salários por ano sem a correção da inflação.
O ato teve participação de movimentos estudantis, sociais e políticos. O deputado estadual Tadeu Veneri (PT), discursou para os manifestantes quando estavam em concentração em frente Universidade Federal do Paraná (UFPR). Segundo o deputado, o governo de Ratinho Júnior é uma continuação do governo Richa, porém, menos violento. “A lembrança do 29 de abril é triste, fazemos o ato para lembrar o que aconteceu em frente à Assembleia Legislativa. Foi algo que ninguém tem o minímo de humanidade para fazer”.
Relembre o caso:
Em 29 de abril de 2015, o então governador, Beto Richa (PSDB), mandou para a Câmara Estadual um projeto que mudava o custeio na previdência dos servidores estaduais, a Paraná Previdência. O projeto de lei muda a fonte de pagamento de mais de 30 mil beneficiários para o Fundo Previdenciário.
Na última votação ocorrida no dia 29 de abril, os professores e servidores do estado tentavam acompanhar do lado de fora da Assembleia Legislativa do Paraná, que estava fechada com um cordão humano formado por policiais. Por volta das 16h, policiais avançaram contra os professores com bombas de gás e balas de borrachas, deixando 231 manisfestantes feridos durante o confrono. O projeto foi aprovado pela Alep no mesmo dia do confronto e sancionado pelo governador dias depois.
Fotos: Luiz Zak e Maria Eduarda Eurich