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Não somos nós quem definimos o esquema tático. A marcação vem por cima e não existe cartão amarelo. Não tem árbitro, não existe juiz. O árbitro de vídeo escolhe aquilo que prefere ignorar. O técnico é turrão, seus interesses estão acima do sucesso da equipe. E nós, pelo baixo salário de quem atua em times menores, continuamos jogando por ele. O brasileiro corre, divide, rala, chora e dribla. Quantas vezes não tivemos que bater escanteio e correr para a área cabecear? A bola pune.

 

A maior equipe é aquela que sabe o momento de ser pequena, de ser defensiva e jogar com três volantes mesmo, para voltar a crescer no jogo apostando na velocidade dos laterais e pontas abertos. Em nosso esquema tático, não há quem puxe contra-ataque. Ele insiste nesse 4-3-3 frenético. Pressionar a saída de bola durante os noventa minutos, deixar o meio campo exposto com as linhas entre a defesa, o meio-campo e o ataque totalmente afastadas. Recorre-se ao chutão mediante ao sacrifício dos defensores. O jogador brasileiro está exausto. Em time que está ganhando não se mexe. Há quanto tempo estamos perdendo?

Se perdemos no jogo e no país, algo deve nos dar consolo. “O professor me tirou do jogo”, grita o garoto da base de Ponta Grossa que sonha em ser jogador da seleção. O treinador é voluntário e as chuteiras foram doadas pelas pessoas da Vila Bonsucesso, lugar onde os treinos acontecem a cada semana. A molecagem brasileira que dizia Nelson Rodrigues é evidente quando o “dibre” é feito. Nos olhos dessas crianças consegue se ver o mais alto grau de patriotismo e do sonho brasileiro, afinal, o Brasil é a Pátria de chuteiras.

É claro que muitos vão dizer que futebol pode ser o ópio do povo ou pão e circo, mas sabemos o que todas essas crianças estariam fazendo se não fosse jogar futebol. O brasileiro luta de domingo a domingo para sobreviver, crianças sonham em ter vidas melhores, mas o dia-a-dia sempre vem com uma pancada e começar do zero é a única opção. Em um país quase impossível de se orgulhar, o esporte ainda sobrevive no fio da navalha e dá motivos para a criança lutar por uma vida melhor, por um Brasil melhor, e que seja de chuteiras!!

Fotos: Allyson Santos e Thailan de Pauli Jaros

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