Ponta Grossa recebeu nesta quarta-feira (20) a visita do padre haitiano Joseph Philippe. Ele participou, no espaço cultural da rádio Santana, de uma atividade aberta ao público. Neste evento, foi exibido um documentário sobre o projeto de uma universidade rural, o trabalho de fortalecimento dos camponeses e os processos de reconstrução do Haiti.
O evento foi promovido pelas Cáritas de Ponta Grossa em parceria com o Laboratório de Mecanização Agrícola da UEPG (LAMA), que integra os eventos da edição ‘Solidariedade Brasil Haiti” e da semana do migrante, que coincide com o dia mundial do refugiado.
O padre Joseph pertence à Congregação dos Espiritanos, que fundou a Universidade de Duquesne como um ato de serviço aos filhos dos imigrantes pobres que precisavam de oportunidades educacionais. Ao longo de sua missão, Joseph fundou na região de Fondwa no Haiti, o banco Fonkoze que oferece microcrédito aos agricultores, a Associação dos Camponeses e a Universidade de Fondwa, a primeira e única Universidade rural do Haiti.
O engenheiro agrônomo Guilherme Mazer, integrante do projeto LAMA, explica como aconteceu esta parceria entre Ponta Grossa e Haiti “O agrônomo haitiano, Ludsond, formado na Universidade de Fondwa, veio para ponta Grossa em 2014 fazer seu mestrado, e a partir de sua interação com o projeto de extensão de agronomia, LAMA, que promove um trabalho com a agricultura familiar e pequenos produtores, surgiu a ideia de uma parceria com a universidade, que é voltada ao segmento rural. Tanto que depois veio a oportunidade de eu (Guilherme) e outro professor do laboratório irmos para o Haiti e passar dois meses lá fazendo esta interação entre a agricultura promovida por eles e nosso projeto. Foi a partir desse momento, juntamente com as Cáritas de Ponta Grossa, que realizam um trabalho de atendimento ao migrante que pudemos estar trazendo o padre Joseph e assim, mostrar um pouco mais de sua obra lá no Haiti”.
A assistente social das Cáritas Érica Clarindo, comenta sobre a conferência “Este tipo de evento é importante para conscientizar a respeito do acolhimento dos migrantes e desmistificar a má imagem que as pessoas têm deles, além de dar visibilidade a projetos locais, como a Cáritas e o LAMA e também à obra realizada pelo padre Joseph no Haiti.”
O haitiano Ludsond, que morou aqui em Ponta Grossa, relata sobre sua experiência. “Foi muito difícil, eu encontrei muitas dificuldades no começo, principalmente no idioma e cultura, mas também recebi muito apoio dos professores e colegas do mestrado na UEPG, o que foi muito importante para que eu me sentisse bem acolhido aqui.”
O bispo da diocese de Ponta Grossa recebeu na quarta (20), no período da manhã, o padre Joseph e também esteve presente na conferência, que além dele com a presença de outros migrantes.
Fotos: Maria Fernanda de Lima