
A discussão trouxe para debate temas que serão o foco da COP30, em Belém
A palestra intitulada “Emergência climática e sociedade” desenvolvida no Grande Auditório da UEPG, na quinta-feira passada, contou com a participação de vários especialistas, entre eles, os doutores Gilson Pereira da Cruz, Luiz Paulo Gomes Mascarenhas e Francisco de Assis Mendonça. A temática escolhida revelou um cenário alarmante em relação à degradação ambiental. A discussão do assunto também está em sintonia com a COP30, que será realizada no Brasil no fim deste ano.
Para o doutor em Geografia Física da Universidade São Paulo (USP), e professor da UEPG, Gilson Cruz, a instabilidade ecológica é uma realidade conhecida há longo tempo. Porém, em um recorte temporal recente, observou-se o aumento maior e cada vez mais rápido no desequilíbrio do meio ambiente. “Nós temos alterado a composição da atmosfera, mudando a composição dos gases do Efeito Estufa”, ressalta.
A fim de encarar essa situação e o processo de devastação ambiental, o coordenador-geral da Superintendência Geral de Desenvolvimento Econômico e Social do Governo do Estado do Paraná, Luiz Paulo Mascarenhas, evidenciou a ação do projeto “Paraná de Olho nos ODS”, de responsabilidade do Governo Estadual. Os ODS, Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, abrangem 17 objetivos e 169 metas, estabelecidas, em 2015, pela Organização das Nações Unidas (ONU). Nesse sentido, foi criado o mapeamento ambiental, cuja finalidade envolve o planejamento, a execução e, consequentemente, o monitoramento de políticas públicas acerca da questão. “Sem conhecimento não há como aplicar um plano de ações”, afirma Mascarenhas.
Uma das piores consequências das transformações do planeta Terra são os “Eventos Climáticos Extremos". O professor e doutor em Geografia e Climatologia, Francisco de Assis Mendonça, por sua vez, iniciou sua fala exemplificando como essas crises tornaram-se cada vez mais frequentes nos últimos 15 anos e em várias regiões do país. Além das catástrofes, as mudanças climáticas impactam diretamente na saúde das pessoas e na produção agrícola. Mendonça relembra os protocolos estabelecidos em 1997, em Quioto. Eles visavam reduzir a emissão de gases do efeito estufa. O professor ainda lamenta que em 2015 nem 30% das metas haviam sido cumpridas. “Ou nós tomamos uma atitude imediatamente, ou não teremos condições de continuar vivendo nesse planeta daqui 100 anos”, explica.
De acordo com os palestrantes da 2ª Mostra do Setor de Ciências Sociais Aplicadas, promovida pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, a Conferência das Nações Unidas será um momento de debate intenso e poderá servir para esclarecer dados, promover mudanças e fomentar a ampla discussão desses temas de interesse da humanidade. Para eles, as ações precisam ser tomadas contra a chamada “Injustiça Climática” antes que as consequências se tornem irreversíveis.
Texto: Giulia Neves e Carlos Cruz
Revisão: Daniel Klemba
Supervisão: Carlos Alberto de Souza
Fotos: Carlos Cruz (01-03) e Mafe Sperafico (04-06)






