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Com olhar atento à vida e à terra, Salgado documenta o impacto humano e a força da natureza em transformação

No pequeno município de Aimorés (MG), no Vale do Rio Doce, nascia no dia 8 de fevereiro de 1944, o maior fotógrafo do Brasil e um dos mais influentes fotógrafos da história, Sebastião Salgado. Autor de centenas de fotos, livros e exposições mundialmente conhecidas, marcado pelo seu trabalho em preto e branco, retratou ao longo de mais de 50 anos de carreira: guerras, revoltas, pobreza e injustiça. Infelizmente nos deixou na última sexta-feira, 23 de maio, mas suas contribuições para a história e para o fotojornalismo são eternas.

 Após passar sua infância no interior de Minas Gerais, mudou-se para Vitória no Espírito Santo ainda jovem, onde se graduou em Economia pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) em 1967. No ano seguinte, fez seu mestrado na Universidade de São Paulo (USP) e no mesmo ano casou-se com a sua esposa arquiteta e ambientalista, Lélia Deluiz Wanick. Em 1969, buscaram exílio na França por conta da ditadura militar, Sebastião terminou seu doutorado, também em Economia, na Universidade de Paris. Entre 1971 e 1973, trabalhou na Organização Internacional do Café, em Londres. Mas a fotografia realmente entrou na sua vida de maneira sutil, ainda como um hobby, enquanto viajava para Angola. 

Na sua volta para a França, Sebastião começou a trabalhar como fotógrafo profissional freelancer em três agências fotográficas, e assim começou sua brilhante carreira. Registrou pela Agência Gamma a Revolução dos Cravos, golpe militar que aconteceu em Portugal, em 1974. Pela Agência Sygma, pôde fotografar em mais de 20 países e fez diversas viagens à América Latina entre 1977 e 1984 pela Agência Magnum. Em 1981, trabalhando pela New York Times, foi o único fotógrafo a registrar o atentado ao então presidente norte-americano Ronald Reagan.

Com a venda de seus registros para jornais e agências de todo o mundo, Sebastião conseguiu financiar seu primeiro livro e projeto pessoal, Outras Américas, com fotografias que mostravam as condições de vida de camponeses e indígenas no continente. No mesmo ano, publicou Sahel: O Homem em Pânico, que registra a seca na região de Sahel, no norte da África. Entre 1986 e 1992, Salgado trabalhou no projeto Trabalhadores, onde viajou por diversos países fotografando trabalhadores em trabalhos manuais árduos. Em 1986, fotografou no Estado do Pará, mais de 50 mil homens trabalhando no maior garimpo a céu aberto da história, a Serra Pelada.

Sebastião produziu também o projeto Exodus (1999), que documenta a história da humanidade em movimento, retratando migrantes, refugiados e exilados em diferentes partes do mundo. Ao todo, Salgado produziu mais de 10 livros fotográficos; além dos citados existem outras obras como O Fim da Pólio (2003), Um Incerto Estado de Graça (2004), O Berço da Desigualdade (2005, África (2007), Gênesis (2013), Perfume de Sonho (2015), Gold (2019) e Amazônia (2021). 

Além disso, em 1994 também fundou sua própria agência, As Imagens da Amazônia, o início de toda sua luta ambientalista. Ele também contribuiu por muitos anos  com organizações humanitárias, entre elas: o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), a Organização Mundial da Saúde (OMS), a ONG Médicos sem Fronteiras e a Anistia Internacional. 

Uma das suas grandes contribuições foi o Instituto Terra, ONG fundada em 1998 por Sebastião e Lélia, com a intenção de recuperar a área de mata atlântica nativa na Fazenda Bulcão, local onde o fotógrafo passou a infância com a família. Outro marco importante em suas carreira foi o documentário indicado ao Oscar na categoria, Sal da Terra, produzido pelo seu próprio filho Juliano Salgado, que relata a história de seu pai desde seu início de carreira na fotografia até o ponto alto da sua carreira, a produção Gênesis. 

Sebastião Salgado nos deixou hoje, aos 81 anos, deixando um acervo histórico de fotografias e relatos que mostram diversas faces da dignidade humana e mostrando quem sempre foi invisibilizado. Foram mais de 120 países visitados e uma contribuição para o fotojornalismo que é extremamente valiosa.

Texto: Matheus de Lara e Larissa Viero

Revisão: Gabriel Ribeiro

Supervisão: Paulo Rogério de Almeida

Fotos: Sebastião Salgado

Sebastiao-Salgado-Capa
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