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Em Ponta Grossa, antiquários como Vicmoveis, Antiqvária e De Poli oferecem rica diversidade de peças antigas, mesclando paixão e história

Os antiquários de Ponta Grossa oferecem aos consumidores um diversificado mercado de compra e venda de peças antigas, atendendo às peculiaridades de gosto de cada cliente, seja para quem compra peças para revender, ou para quem quer refinar a decoração de suas casas e estabelecimentos comerciais, ou até mesmo para colecionadores sofisticados. Além de atender os desejos de um público específico, as lojas apresentam diferentes opções de compra em seus acervos, que são bastante diversificados. 

Luís Vanderlei Santos Pereira é dono do antiquário Vicmoveis, localizado na rua Germano Justus, no Parque dos Pinheiros. Seu interesse no ramo dos antiquários nasceu de um gosto pessoal. “Eu sempre via alguma coisa assim, algum vídeo, alguma coisa de antiguidade e eu gostava. Aí falei,  ah vou começar a lidar com isso. Acabei me dando bem”. Pereira conta que abriu mão de sua antiga profissão de cozinheiro para seguir nesse novo ramo. 

Seu riquíssimo acervo conta com peças distintas, que vão de bibelôs, bonecas antigas, telefones de discagem até uma bancada com toca discos e rádio embutido da Philips, com certificado original de garantia, datado de 1972. Ele segue o critério do gosto dos clientes. Nenhuma peça é comprada se ele souber que seu cliente não se interessaria. “A maior parte dos meus clientes compra para guardar ou fazer decoração. [...] e a clientela não é da cidade apenas, é do Brasil inteiro. Vendo pela internet, então eu despacho para o Brasil inteiro”. Além de comprar suas peças, Luis Vanderlei tem o minucioso trabalho de restauro de suas peças, “99% do que eu compro eu aproveito”, reforça o vendedor. Luís reitera que nada do acervo é descartado, mesmo que uma peça esteja há muito tempo parada, em breve poderá encontrar seu futuro comprador. “É difícil uma peça que vai para o descarte. Sempre tem um cliente para ela. Por exemplo, eu comprei uma peça há muitos anos e ficou parada, de repente chegou um cliente que estava procurando ela. Então tudo tem seu dono”. Apesar de estar consolidado no mercado, Luís conta que as vendas caíram muito, e que em Ponta Grossa o ramo é pouco explorado. Explica que 70% de sua venda vem da internet.

Na cidade também é possível comprar antiguidades em outro estabelecimento, situado à rua Augusto Ribas, onde está a Antiqvária. A loja divide espaço com uma floricultura e é de propriedade de cinco sócios. Um deles é Lartes Brantes. Além de cuidar das lojas, trabalha com molduraria e flores para eventos da cidade. Posteriormente resolveram, quase que de maneira natural, se envolver com antiquários “Não é a pessoa que escolhe a profissão, é a profissão que escolhe a pessoa. Você vai pelo rumo, pelo sabor do vento.”, afirma Brantes que atua a 30 anos na profissão.

Uma das peças peculiares que se destacam na loja dos sócios, além da fachada do estabelecimento, não são as pinturas, esculturas e relógios de carrilhão, mas sim a casinha de boneca acoplada em uma estante de sala. A peça representa uma mansão da Era Vitoriana, rica em detalhes, arquitetada pelo próprio Laertes. “Hoje em dia é diferente, mas sempre vai existir quem gosta, por exemplo, dos carros antigos. Sempre vai existir e eu não digo só antigo, do clássico também”, afirma, reforçando o gosto de quem consome produtos de antiquários.

Localizado à rua Dr. Paula Xavier, está o antiquário De Poli, de propriedade de Marcelo de Poli. A história  dele começa há 30 anos, em 1994, na grande São Paulo.  Ele decidiu largar a profissão de mecânico e  seguir para mercado de antiguidades junto de seu sócio, que hoje trabalha como marchand, profissional que negocia obras de arte. No início do estabelecimento, anunciava as peças em jornais de bairro e no boca a boca. Cinco anos depois, com a criação do Mercado Livre, foi um dos vendedores pioneiros da plataforma. A vinda para  Ponta Grossa se deu por conta da violência na capital paulista. “Eu fui dez vezes assaltado em São Paulo e cansei disso. Minha sogra já estava morando aqui e com comércio de cosméticos na cidade. Aí decidi vir pra cá, isso em 2019”. Poli mantinha suas duas lojas, uma em São Paulo e outra em Ponta Grossa, até fechar ,no final do ano passado, a loja da região paulista. Segundo o comerciante, em seu acervo já passaram diversas peças únicas e raras, de interesse para colecionadores. Obras de arte como Pancetti, Bandeiras e esculturas Chiparus já passaram por sua curadoria. Um destaque que se encontra fixado na parede, ao lado de sua mesa, é uma pintura autêntica de Anita Malfatti. Mesmo com a riquíssima coleção, ele destaca a dificuldade de encontrar peças autênticas e antigas. “Muita coisa aqui é resultado de muitos anos que vai se juntando, e lá [São Paulo] eu tinha uma loja que era bem mais comercial. Todo dia apareciam coisas para comprar. Hoje está cada vez mais difícil achar peças antigas e de qualidade”. Segundo Poli, 80% de suas vendas são feitas online, suas peças rodam o Brasil e até o exterior. Já realizou vendas para a Europa e Estados Unidos. O perfil de seus compradores são normalmente colecionadores de obras de artes e peças assinadas.

Destaca a importância do antiquário e de seu papel. Funciona como um tipo de museu para as futuras gerações. Antiquários sempre existirão, porque quem gosta não abre mão. Ele permite contar a história e faz vínculos com o passado. Hoje, infelizmente as coisas modernas não têm durabilidade. As obras de artes e as peças centenárias fazem parte de nossa cultura, então nunca pode acabar”.

Texto: Luísa de Andrade

Supervisão: Carlos Alberto de Souza

Fotos: Luísa de Andrade

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