O futebol paranaense conseguiu, nos últimos anos, várias conquistas em nível nacional e internacional. De 2017 para cá, as equipes da Capital e do interior chegaram a finais de competições importantes para o futebol, conquistando títulos inéditos. As conquistas mostraram a força dessas equipes e qualificaram o futebol paranaense. O Furacão da Baixada, Athletico Paranaense, por exemplo conseguiu títulos que nenhuma equipe do Estado havia conquistado até então, como a Copa Sul-Americana (o clube é equipe brasileira que mais venceu a competição) e os inéditos títulos da Copa do Brasil e da Levian Cup (antiga Copa Suruga Bank).
Segundo o narrador da rádio Transamérica, Edgar Araújo, o que possibilitou a equipe da capital ter essas conquistas está relacionada à estruturação da equipe e à rivalidade com o Coritiba: “O que ajudou muito foi a estruturação do clube, o Athletico virou referência no Brasil. O Coritiba também tem conseguido feitos importantes. Disputou duas finais da Copa do Brasil, é um rival foi puxando o outro”. Mas não são somente as equipes da capital que conseguiram títulos importantes para o Estado. As equipes do interior também foram fundamentais para o crescimento do futebol no cenário nacional. O Operário foi campeão inédito da série D do campeonato brasileiro em 2017 e, no ano seguinte, conquistou a série C, tornando-se, dessa forma, a primeira equipe do futebol brasileiro a conquistar consecutivamente a quarta e a terceira divisão do futebol nacional. O Londrina também teve seus méritos. Em 2017, a equipe do norte do Estado conquistou a Primeira Liga (Copa Sul-Minas-Rio) em cima do Cruzeiro.
Para a comentarista da rádio Clube, Letícia Cabral, o que proporcionou esse crescimento dos clubes de interior foi a mudança de gestão administrativa/empresarial: Operário, FC Cascavel e Cianorte são equipes que estão saltando para o cenário nacional em razão de modificações na gestão administrativa e do apoio financeiro empresarial. Esses clubes, segundo a jornalista, passaram a adotar gestão empresarial, o que propiciou investimentos e a melhor estruturação dos clubes.
Outro fato que comprova o crescimento do futebol paranaense é a Copa do Brasil de 2022. Nesta edição, o futebol paranaense terá o maior número de participantes da história da competição. Ao todo são sete equipes que disputam o torneio (Azuriz, FC Cascavel, Londrina, Operário, Paraná Clube, Coritiba e Athletico Paranaense). O Paraná é o terceiro Estado com o maior número de participantes deste ano, estando atrás apenas dos Estados do Rio de Janeiro (oito equipes) e de São Paulo (12 equipes).
Apesar da performance ter melhorado a partir de 2017, anteriormente o futebol paranaense já vinha mostrando bons resultados. De 2011 a 2013, a dupla athletiba chegou à final da Copa do Brasil, Coritiba (2011 e 2012) e o Athletico (2013), assumindo o vice-campeonato. O Athletico também disputou a taça da Copa-Sul-Minas em 2016 e da Recopa Sudamericana (2019), mas em ambas as competições o rubro negro ficou como o vice-campeonato. O Furacão também jogou a final da Supercopa do Brasil em 2020, mas perdeu para o Flamengo.
Outro indicativo de como esse crescimento não é de hoje, são os feitos realizados na primeira década do século atual, quando o Coritiba e o Athletico protagonizaram momentos importantes para o futebol do Estado. Em 2001, o Athletico tornou-se campeão brasileiro em cima do São Caetano. No mesmo ano e em 2002, a dupla da capital paranaense chegou à final da Copa Sul Minas. Em 2004, o Furacão foi vice-campeão brasileiro e, no ano seguinte, foi protagonista de algo inédito; foi a primeira (e até então única) equipe do Estado a chegar à final da Copa Libertadores, mas perdeu para o São Paulo. O Furacão ainda se tornou a primeira equipe do Paraná a chegar à final da Copa São Paulo de Futebol Júnior; isso em 2009, mas foi derrotado pelo Corinthians. O Coritiba também teve seus momentos de glória, sendo campeão duas vezes da série B do brasileirão, 2007 e 2010.
Outros fatos que apontam para o desenvolvimento do nosso futebol no cenário nacional foram os acessos conquistados pelo Londrina, Paraná, Coritiba e Athletico em divisões maiores do campeonato brasileiro. Para a Letícia Cabral, o futebol paranaense está entre os principais do Brasil. Muito graças ao Athletico e, também, por ter equipes disputando as séries A e B do campeonato brasileiro. Sobre o futebol paranaense estar entre os melhores do Brasil, Letícia explica que isso se deve muito ao “trabalho do Athletico Paranaense” e até pelo fato do Paraná “ter representantes na série B e na série A do campeonato brasileiro”.
Para Edgar Araújo, narrador da rádio Transamérica, o futebol paranaense não pode ser apontado como um dos maiores do país, mas reconhece a evolução do esporte no Estado: “reconheço tudo o que foi feito, sou muito defensor, mas a convivência com outras praças faz a gente entender que (para eles) é ainda o segundo plano”, afirma Araújo.
O futebol do Paraná pode começar o ano com mais um troféu e aumentar a sua relevância nacional; isso porque o Athletico (atual campeão da Sul-Americana) enfrentou o Palmeiras (atual campeão da Libertadores) na Recopa Sudamericana. A disputa acontece em dois jogos. A primeira partida foi no dia 23 passado e terminou empatada em 2x2. O jogo da volta ocorre no próximo dia 02 de março em São Paulo. Caso o Furacão se sagre campeão, será mais um título inédito para o futebol paranaense.