O Paraná Clube foi rebaixado neste sábado (18) pela primeira vez para a última divisão do futebol brasileiro, a série D. Com 31 anos de existência, a Gralha Azul vive o momento mais delicado de sua história com crises dentro e fora de campo.
Depois de uma péssima campanha na série C (3 vitórias e 9 derrotas em 16 jogos) à queda do Paraná foi confirmada na manhã de hoje mesmo sem a equipe ter entrado em campo, isso porque a gralha azul para ter alguma chance de evitar o descenso, necessitava além de vencer seus jogos restantes, também de uma combinação de resultados, o que não acabou acontecendo, pois o São José-RS (seu adversário direto) venceu o lanterna Oeste fora de casa o que afastou qualquer possibilidade de rebaixamento da equipe gaúcha. Em razão disso, ele não pode mais ser alcançado pelo Paraná na pontuação do campeonato. Agora o tricolor se junta ao já rebaixado Oeste e jogará as partidas restantes somente para cumprir tabela.
Esse é o momento mais complicado da história do Paraná, pois além de jogar a última divisão pela primeira vez, esse é o seu terceiro rebaixamento em apenas quatro anos. Além da queda desse sábado, a equipe também havia sido rebaixada para a série B em 2018 e para a série C em janeiro deste ano.
Além do que aconteceu em campo, outro fator decisivo para a queda foi a má gestão administrativa, durante esta temporada. O Paraná perdeu vários jogadores, essas saídas se deram porque alguns deles vinham de empréstimos e outros receberam propostas melhores de outros clubes. A perda de boa parte do elenco se deu também pelos meses de salários atrasados. Devido a isso, jogadores deixaram de treinar como forma de protesto e, também, atrasaram a entrada em campo, a exemplo do que aconteceu na partida contra o Criciúma, no returno.
Outro reflexo da crise extracampo são os vários presidentes que o Tricolor da Vila Capanema teve nos últimos tempos, que com falsas promessas de melhorias assumiram o cargo e logo depois renunciavam, deixando o clube em situação ainda mais complicada. As ações trabalhistas e outras dívidas ajudaram a piorar a situação do tricolor da capital.
O torcedor paranista Rafael Kondlatsch definiu o episódio de hoje como triste, mas também previsível devido ao o que vinha acontecendo com o Paraná Clube “(...) é uma mistura de tristeza e raiva. Era uma tragédia anunciada.
Com a administração amadora que se instalou na Vila, nos últimos anos, era visível que isso aconteceria”.
Para o Paraná sair dessa situação e conquistar novamente as glórias de um passado recente (o Paraná Clube jogou a Libertadores em 2007 e estava na série A em 2018), a alternativa mais viável e rápida possível é que consiga uma empresa responsável para assumir a equipe, diz Lisa, comentarista esportivo. “Só acredito numa reerguida se uma empresa séria e com muitos recursos assumir o time. Caso contrário vai ser muito difícil, porque tem muitas dívidas trabalhistas e no momento arrecada muito pouco”, afirma.
O Paraná entra em campo para cumprir tabela o Oeste em Curitiba no sábado (25), para assim encerrar a atual temporada na série C e começar a planejar o futuro, que será de muitos desafios.
Foto: Valquir Aureliano