Rayssa Leal, conhecida como Fadinha, de apenas 13 anos, é a mais jovem a receber uma medalha olímpica na história do Brasil, ficando em segundo lugar na categoria Street nos Jogos Olímpicos de Tóquio. A modalidade nunca antes competida nos Jogos Olímpicos teve sua estreia no sábado (24), no Parque de Esportes Urbanos de Ariake, no Japão.
A Maranhense ganhou medalha de prata na categoria Street nesta segunda-feira (26) é apenas quatro meses mais nova que Momiji Nishiya, japonesa campeã da modalidade. A skatista representante do Japão se tornou a segunda medalhista mais jovem a receber medalha de ouro na história das Olímpiadas - o recorde permanece Dimitrios Loundras de 10 anos e 218 dias, integrante da equipe de ginástas na modalidade de barras paralelas na Olimpíada de 1896, na Grécia, ganhador da medalha de bronze; seguido da nadadora dinamarquesa Inge Sorensen, tendo apenas 12 anos e 24 dias, quando conquistou medalha de bronze nos 200 metros peito na Olimpíada de Berlim em 1936.
Durante a prova final, a Fadinha começou com uma ótima primeira volta: realizou um crooked, backside smith, boardslide, frontside feeble, mas acabou errando ao executar sua última manobra, considerada a mais difícil de sua série. Ao final da primeira volta, Rayssa recebeu uma nota 2,94, a terceira maior nota do início, ficando atrás apena de Roos Zwetsloot, representante da Holanda e de Momiji Nishiya, uma das representantes japonesas.
No início da segunda rodada, Aori Nishimura, bicampeã mundial de skate street, recebeu nota 3,46 e Zwetsloot 3,80, após completar uma volta perfeita no circuito. Na vez da brasileira, a jovem iniciou bem, emplacando alguns boardslides, rockslides e flips, mas acabou cometendo dois erros que causaram a diminuição da sua nota para 3,13. Mesmo com os erros, suas notas ainda foram suficientes para colocá-la na segunda posição, em virtude de uma pontuação mais inferior de Nishiya.
Apesar da nota 4,03 da americana Alexis Sablone, com um flip 50, e de Roos Zwetsloot executando um feeble grind, com nota 4,12, não foi suficiente para retirar Rayssa do pódio, mesmo com a jovem errando seu truque na parte das manobras.
Entre idas e vindas das competidoras nas colocações a cada rodada, Rayssa Leal mostrou que estava ali para representar o Brasil, mas sem deixar de se divertir enquanto competia. Apesar das quedas e machucados, a Fadinha seguiu firme em seu objetivo.
A decisão da última rodada dependia apenas das representantes da Holanda, dos Estados Unidos e do Japão cometerem erros, para que a jovem brasileira garantisse um lugar no pódio. Rayssa precisava de uma nota 3,24 para conquistar a liderança, mas caiu durante a saída do slide. Ao final, Nishimura acabou cometendo outro erro, levando o Brasil à conquista da medalha de prata.
Fotos: Patrick Smith/Getty Images; Ezra Shaw/Getty Images; Lucy Nicholson/Reuters.