Em comemoração ao dia nacional do surdo (26) e a semana comemorativa, o professor de Libras Marcelo Vasicki apresentou sua palestra “Comunidade Surda e sua Cultura”, nesse sábado (27) no Centro de Cultura. O evento foi promovido pela Associação dos Surdos de Ponta Grossa (ASPG) e teve entrada gratuita. Entre os diversos assuntos tratados durante o encontro, a ênfase foi na luta e valorização da Comunidade Surda.
Após a apresentação dos diretores da ASPG ao público, em primeiro momento, Plínio foi convocado a contar três piadas surdas. Nesse momento, os ouvintes presentes não tiveram o auxílio das intérpretes que estavam assistindo à comemoração.
No segundo momento, o grupo ouvinte Aliança Libras subiu ao palco para apresentar um número em Libras. As participantes cantaram uma música gospel, em língua de sinais, e ao fim, ergueram cinco placas com letras que formavam a palavra “Jesus”.
Ao terceiro momento do evento, aconteceu a palestra com o professor Marcelo. Nela, o professor tocou em assuntos como o conhecimento e aprendizado com o dia a dia do surdo, a “identidade surda”, que é quando o surdo aceita a condição e vive feliz com ela, orgulha-se de fazer parte do grupo. Intitula-se como o Ser Surdo, quando aceita sua identidade surda. Além disso, o professor comentou sobre o surdo que tem identidade subordinada, ou identidade ouvinte, que é o surdo que não aceita a condição e busca modos de se comunicar em sociedade, com aparelhos auditivos, por exemplo.
Outro ponto em que o palestrante focou, foi acessibilidade. Vasicki deu exemplos para explicar a falta de acessibilidade em alguns locais, como uma televisão numa padaria sem “close caption”, um cinema sem filmes legendados ou uma sala de aula sem luz de emergência durante um incêndio.
No quarto momento, um vídeo contendo os participantes da ASPG e do evento foi exibido. Nele, os integrantes respondiam a pergunta “O que é ser surdo?”, e isso mesclou várias histórias, tanto de ouvintes que por algum motivo ficaram surdos, quanto por surdos de nascença, além de tratar da inclusão do surdo na sociedade.
Num quinto momento, a ouvinte chamada Bruna apresentou uma música em Libras, em comemoração ao dia nacional do surdo e à semana nacional.
No fim, houve entrega de presentes à alguns dos principais responsáveis pelo evento, entre eles, estavam o professor Marcelo e a intérprete Rúbia Carla da Silva.
Para o palestrante Marcelo Vasicki, é importante o incentivo à língua de sinais, pois o ouvinte pode auxiliar o surdo ao saber Libras. “Tem que aprender a separar e tirar este preconceito do que é um mundo surdo. É necessário aumentar o aprendizado da língua de sinais”, diz.
“Desde 2011 a ASPG existe e ainda não tem a visibilidade que merece, o momento é de buscar novas parcerias para motivar o surdo que faz parte dessa comunidade a continuar na luta e na busca de direitos e espaço”, conta a intérprete Rúbia Carla. “A ASPG faz cursos, oficinas de língua de sinais para a comunidade, alguns campeonatos esportivos para os associados, além de auxiliar os familiares dos surdos que estão em situação carente”, completa.
Fotos: Allyson Santos