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Foto: Karine Santos

Os professores da Universidade Estadual de Ponta Grossa, com o apoio de servidores e alunos, paralisaram as atividades na última quinta-feira (01) para protestar contra o Governo do Estado. A atividade foi coordenada pela Seção Sindical dos Docentes da UEPG (SINDUEPG). A categoria reivindica a manutenção da data-base para reposição salarial, a abertura de concursos públicos para docentes e o fim da Lei Geral das Universidades (LGU). No período matutino, um ato público foi realizado no Campus Central e, posteriormente, no Campus Uvaranas.

 

Desde 2016, a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) não realiza concursos públicos para o corpo docente, acarretando na substituição das vagas existentes por professores temporários. Segundo a Lei Geral das Universidades, os professores temporários têm que se dedicar quase exclusivamente às atividades em sala de aula, fazendo com que os docentes efetivos sejam sobrecarregados por funções administrativas, produção de pesquisas e atividades extensionistas. 

Em 2010, a UEPG tinha direito a até 1.018 vagas para professores efetivos. Entretanto, com a aplicação da LGU, esse número foi reduzido para 671 vagas, representando sobrecarga aos docentes. Atualmente, a instituição conta com apenas 642 docentes efetivos. Marcelo Ubiali Ferracioli, ex-presidente da entidade e professor do Departamento de Educação e da pós -graduação, ressalta a urgência de concursos públicos e do ingresso de professores efetivos na instituição. “Nos últimos 10 anos, o corpo docente envelheceu e com as aposentadorias há departamentos que hoje, possuem um contingente de efetivos menor do que o de temporários”, explica. 

A comunidade docente da UEPG também tem encampado lutas contra a Lei Geral das Universidades, desde o seu surgimento, em 2019. Neste mesmo ano, foi realizada greve para derrubar a LGU. O professor reitera a importância do ato como forma de chamar a atenção da reitoria e do governo, a fim de que suas reivindicações sejam ouvidas e discutidas. Ele alerta para a urgência de uma possível greve. Disse que a paralisação é o primeiro passo nesta direção. “A greve é urgente, mas ela é construída. Não tem como decretá-la sem a devida mobilização da categoria”, observa. 

Manoel Moabis, docente do Departamento de Jornalismo, revela os próximos passos para que as reivindicações sejam atendidas: “Penso que devemos conversar com toda comunidade universitária e, também, com toda sociedade no sentido de barrar as tentativas de inserir a UEPG na LGU”. O professor afirma ainda que a UEPG é a principal instituição de ensino, pesquisa e extensão dos Campos Gerais e que defender a universidade significa não aceitar a LGU.

 

Texto: Giulia Neves, Karine Santos e Mafe Sperafico 

Revisão: Ana Beatriz de Paiva

Supervisão: Carlos Alberto de Souza

Fotos: Giulia Neves (01-05), Karine Santos (06-09) e Mafe Sperafico (10-13)

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