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A história de Ponta Grossa vem sendo contada, há muito tempo, como o movimento de imigrantes europeus e tropeiros vindos de outros lugares do país, mas muitos corpos e olhares, como os da população negra, foram apagados dos registros históricos.

 

Foi para contribuir à construção de uma outra história da cidade, diversa, que a estudante Quiara Camargo, do terceiro ano do curso de Jornalismo da UEPG, desenvolveu o Projeto “Lentes Negras”, um trabalho fotográfico que procura dar visibilidade à população negra de Ponta Grossa: homens, mulheres, idosos e crianças. Trata-se de uma série importante de imagens, parte delas disponibilizadas aqui, no Foca Foto, que mostram corpos e olhares dessa população como faz parte da cidade.
As imagens aqui disponibilizadas são uma pequena amostra de um projeto maior que abrange diversas fotografias de corpos pretos existindo em Ponta Grossa e que contam outra história da cidade, permeada pela negritude. Através das imagens, essas história é reescrita por pessoas pretas, uma escrita que mostra corpos, olhares e espaços, ruas, praças e outros ambientes que assim ganham outras cores.
A proposta fotográfica
O projeto “Lentes Negras” é um convite a olhar os espaços e procurar neles os corpos pretos, reconhecendo a beleza que há nesses corpos. A intenção é chamar a atenção para as diferentes histórias que podem se tornar conhecidas através do olhar, além de um convite para apreciar a diversidade de potências estéticas pretas.
Numa perspectiva autoral, o projeto é um mergulho decolonial sem entraves, um grito para que eu me encontre. Um autoconvite a procurar no mundo quem entenda. Me coloco na fotografia, como me coloco neste texto, me vendo em outros olhares, outras óticas, me permitindo ser a encruzilhada que conecta caminhos e ser ancestral e ancestralidade viva, vivendo por quem veio antes, registrando os que ainda vivem para que eu viva, mantendo a memória. Como um griô de imagens, recomponho ao meu povo aquilo que recebi, pedindo permissão para seguir, adentrar, ocupar e retornar, pedindo para que continuem depois de mim.
Lentes Negras é autodefesa para fugir do olhar branco, como a única ótica possível para existir no mundo, provar que os meus existem e ocupam esse mundo. A terra e o conhecimento são tão nossos quanto eram de quem veio antes. Não vão nos negar o olhar. Se no ocidente, o olhar é o sentido principal como afirma Oyèrónkẹ Oyemi, então que eu possa olhar, ver e ser vista.

Fotos e projeto: Quiara Camargo

 

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