Nesta quinta (22), o professor de Ciência Política, na Universidade de Brasília, Luis Felipe Miguel, palestrou sobre “O golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil”, no grande auditório do campus central, da Universidade Estadual de Ponta Grossa. A abertura do evento foi feita pelo professor Sérgio Gadini, e o debate teve a mediação da coordenadora do Curso de Mestrado em Jornalismo, professora Karina Janz.
O convidado iniciou sua apresentação explicando o conceito de desdemocratização e a alteração política que houve em 2016. Ele mencionou o Estado de bem-estar social e a possibilidade do governo garantir condições de vida mínimas, como segurança, à sociedade. Para Michele Ferreira, estudante de Ciências Sociais, “o palestrante apresentou uma concepção política muito boa a respeito do que acontece na atualidade”, disse.
Além de comentar sobre a desconfiguração política, desde o impeachment da presidente Dilma Rousseff, o professor conversou com a plateia sobre como a globalização tem efeito na mobilidade do capital no mundo, “A partir do final do século passado, a economia sofreu uma série de transformações que foram impulsionadas pelas tecnologias, o que fortaleceu as empresas, em vista dos estados nacionais.”
“Achei a palestra interessante, devido a como o assunto foi tratado e acho que isso deveria ser mais divulgado”, conta a aluna de pedagogia, Renata Fernandes. Além do tema político do encontro, houve venda do livro “Dominação e resistência, desafios para uma política emancipatória”, de autoria do convidado.
O tema "O golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil" foi uma proposta de disciplina que Miguel criou na UnB, gerou polêmica e tentativa de censura. Em desefa da autonomia das instituições, várias universidades do país trouxeram minicursos com o mesmo nome em apoio. Na cidade, houve pessoas contrárias a relização do evento, como explica a professora Karina Janz: " a partir do momento que a gente trouxe o evento, algumas pessoas que tem uma posição política atrelada ao governo, acabaram se manifestando contrariamente a realização, chegaram a propor uma moção de repúdio, e isso só fortalece a necessidade de não nos intimidarmos", conclui.
Fotos: Francielle Ampolini e Ingrid Petroski
Errata: Esta matéria sofreu alterações de conteúdo após a sua publicação, para acrescentar a informação de que o evento foi promovido pelo Curso de Mestrado em Jornalismo da UEPG e não pela Universidade, como constava originalmente.